domingo, 15 de dezembro de 2013

CORRIDA 6KM - ANIVERSÁRIO DE MONGAGUÁ


No último domingo, participei da corrida de 6km em comemoração ao aniversário de Mongaguá. Como não participo de provas rápidas á mais de 1 ano e meio, não tinha a intenção de participar da mesma, mas fui convidado pelo amigo Claudio Arena, organizador da prova, então abracei a idéia de imediato é claro.
Após um ano mesclando provas longas como 100km na Cordilheira dos Andes, Iron Man, 50km de madrugada na serra da Mantiqueira e períodos sem treinos devido ao trabalho, sabia que a intenção era apenas correr ao lado dos amigos e principalmente de minha esposa e minha mãe.
Dada a largada, resolvi aproveitar o pouquinho que a carcaça aquentasse e forçar o máximo que desse, afinal não tenho explosão alguma, ou seja, o essencial para este tipo de prova.
No começo, consegui forçar legal, e acho que mandei os 3 primeiros quilômetros abaixo de 00:03:30, mas quando fiz o retorno para os 3 km finais, pude perceber que o mérito não era tão meu assim, afinal, fomos beneficiados com o vento á favor, e na volta pagamos caro com um vento contra bem forte, mas independente disto consegui manter um ritmo bom, afinal se estava ruim para mim, estava ruim para todos. 
No final, consegui fechar os 6 km em 00:22:27 conquistando a 2. colocação na categoria 30 - 39 anos e a 12. colocação geral, entre 227 atletas. Um ótimo resultado, para quem não esta acostumado com este tipo de prova.
Após a prova, voltei a sentir aquela sensação ótima, de correr ao lado da família e dos amigos, sensação esta que vinha sendo esquecida por mim, devido á tantas provas longas em locais remotos, por vezes em outros países, consumindo horas de isolamento e esforço.
Agradeço á todos os amigos que lá estavam se divertindo ao meu lado e peço desculpas se esqueci de alguém:
- Minha esposa, minha mãe, Claudio Arena, Charles, Nenê, Marco Mountaim, Nanda, Luiz Landim, Cleiton, Carlinhos, Carlos, Diego, Fábio Reazo, Fabio Arena, Thiago, Costama, entre outros.
Um abraço á todos e façam o bem uns aos outros.











domingo, 20 de outubro de 2013

 
LA MISION 2013
 No último dia 12 de Outubro de 2013, tive a oportunidade de me envolver em mais uma inesquecível experiência em minha vida.
 
Estava ansioso para encarar os 80 quilômetros do primeiro La Mision, prova esta que acontecera na inacreditável Serra Fina, em Passa Quatro no estado de Minas Gerais.
Meu espírito aventureiro ainda estava absolutamente satisfeito com minhas jornadas, afinal, há três semanas atrás tive a oportunidade de desfrutar minha Lua de Mel da melhor maneira possível explorando a Grécia em 8 dias e depois a espetacular Jordânia (literalmente de cabo a rabo) em mais 9 dias, totalizando 17 dias inacreditáveis, conhecendo 2 culturas absolutamente distintas, porém impressionantes.
Após isso, me dediquei nas três próximas semanas ao La Mision, e quando comecei a subir a Serra, na entrada da cidade de Passa Quatro, um dia antes da prova, pude perceber que teria problemas. Curiosamente, pensei alto em quanto dirigia:
- Estou ferrado! – minha mãe ao meu lado, concordou dizendo:
- Está mesmo.
Brincadeiras á parte, cheguei no local já á tarde, peguei o meu kit da corrida e fui descansar, mas como esperado, não dormi nada á noite, afinal a ansiedade dominava todos os meus sentimentos.
Já no dia seguinte, exatamente ás 11:00 horas da manhã, foi dada a largada, para os atletas da prova de 40km e 80km.
No inicio da prova, meu único inconveniente até então era a pesada mochila que carregava nas costas, que parecia pesar uns 5 quilos, mais parecendo uma bigorna, afinal estava levando suprimentos talvez para passar uns 2 ou 3 dias na mata.
Nos primeiros 12 quilômetros, tudo estava ótimo, pois corríamos no estradão de terra, local que adoro, mas quando entramos na mata, iniciaram se os single tracks e as subidas cada vez mais fortes, fizeram com que começássemos literalmente uma procissão.
Independente das dificuldades, não sabia como agradecer á Deus, por ter a oportunidade de estar em um lugar tão mágico e magnífico. A beleza local era tamanha, que subíamos montanha acima por horas, sendo que em alguns locais, literalmente escalávamos rochas, e continuávamos assim por horas, mas a fadiga e o cansaço não incomodavam tanto.
A temível subida do capim amarelo era dura e castigava bastante, pois subimos á 2800 metros acima do nível do mar, e a incômoda dor de cabeça, fruto da falta de oxigênio realmente deu as caras, mas o maior perrengue no topo da montanha foi a ventania baixando a temperatura á geladíssimos 3 graus Celsius.
A cada instante, olhávamos para qualquer lado, e éramos presenteados com paisagens simplesmente magníficas, observando pequenas pessoas lá longe em várias montanhas, desafiando seus limites, lutando bravamente contra suas barreiras em uma lenta e desafiadora marcha rumo á chegada.
Por volta das 17:40 horas, e com apenas 24 quilômetros percorridos passamos por um pequeno riacho, e pudemos abastecer nossas mochilas, afinal, todos nós que lá estávamos, precisávamos de água. Erroneamente, molhei minhas mãos na água gelada do riacho e comecei a passar mal, tremendo bastante, e sabia que tinha que me aquecer urgente, pois á ultima coisa que queria naquele instante era ser vitima de uma hipotermia, e ficar ali, largado no meio do nada, devido á não termos ajuda naquele local inóspito.
Já agasalhado, e com a lanterna na cabeça, começamos a jornada noturna, por entre colinas e precipícios rumo á misteriosa e silenciosa escuridão.
Com 2 companheiros de prova, o Renato e o Antônio, seguimos noite afora, caminhando pelas rochas e pela mata, curtindo e batendo papo o tempo todo.
Por volta das 21:00 horas, chegamos em uma floresta bacana e conseguimos seguir trotando, pelo local, pois já estava ficando insuportável andar por tanto tempo. Dois quilômetros adiante, tivemos uma agradável e salvadora surpresa ao chegarmos ao próximo posto de controle, afinal, fomos surpreendidos com uma sopa quente, cortesia da organização que não estava nos planos, mas que por sua vez, caiu como um banquete, devido á não aguentar mais tomar gel de carboidrato e comer barra de proteína.
Uns dez minutos depois, seguimos 14 km pelo estradão de terra trotando na medida do possível, afinal, sempre éramos surpreendidos por longas subidas, que naquele instante soavam para nossas pernas como montanhas do Himalaia.
Pela primeira vez em minha vida, tive o prazer de poder correr em um estradão de terra, que adoro tanto, desde meus tempos de mountaim bike, mas desta vez em plena escuridão, salvo a luz de nossas lanternas, sendo observados por cavalos e inúmeras aranhas que apareciam livremente pela estrada, além é claro dos animais que não víamos.
Seguimos em frente e nosso parceiro Renato estava bem, mas acabou perdendo a motivação e decidiu desistir da prova. Antônio e eu continuávamos rumo ao próximo posto de controle, em um ritmo lento, mas mesmo assim ainda conseguíamos passar alguns atletas, afinal, estava difícil para todos.
Chegando ao posto de controle, fomos informados que estávamos na posição 35. de 130 atletas, mas ainda tínhamos 30 quilômetros pela frente, e a previsão era de fazermos esta distância em no mínimo 7 horas.
Uma nova montanha com mais 2300 metros estava entre esses 30 quilômetros, assim sendo, bati um papo com um rapaz do posto de controle, e as palavras dele foram desanimadoras, afinal ele disse que esta montanha estava muito mais difícil que a primeira, que lá em cima estava fazendo os mesmos 3 graus, e que não teríamos mais auxilio nenhum, inclusive abastecimento de água, ou seja, se algo der errado daqui em diante, conte com o seu anjo da guarda e mais ninguém.
Nossos relógios já maçavam 23:50, e não sei porque mas ao ouvir as palavras daquele cara, tudo de ruim que podia acontecer venho á minha cabeça, cheguei á pensar que ao escalar a montanha poderia escorregar e me esborrachar precipício abaixo, afinal, os reflexos estaria menos apurados durante a madrugada, mas o que mais me desmotivou, foi o fato de ter que provavelmente caminhar por mais 30 quilômetros, e isto acabou comigo, pois queria fazer o que mais gosto que é correr, ou em outras palavras, perdi o tesão pela prova. Talvez a falta de estudo e informações sobre o evento tenha sido também um fato decisivo.
Quando disse ao pessoal que iria abandonar a prova, todos reprovaram a decisão afinal eu estava muito bem, mas meu sexto sentido foi mais forte. Cinco atletas e três pessoas do staff que lá estavam, tentaram á todo custo mudar minha decisão, e não concordavam com a mesma, mas infelizmente, fui derrotado por meus pensamentos negativos.
Esperei o Renato chegar, e abandonamos a prova, caminhando madrugada afora rumo á cidade de Passa Quatro.
Esta foi minha primeira experiência neste tipo de prova e independente da não conclusão, adorei tudo o que aconteceu, afinal me diverti á beça, aprendi muito mais sobre minha vida do que qualquer livro que devorei durante meus 19 anos de estudos sejam na escola, faculdade ou pós graduação. É claro que todos temos que estudar bastante, mas com certeza aprendi muito mais sobre a vida nos 9 países que já conheci e nas provas que faço por esse mundão afora, do que nas dezenas de livros de engenharia que devorei durante anos, até porque estou aproveitando a mesma ao máximo, e não estou pensando em guardar dinheiro e esperar a velhice bater em minha porta pagar gasta-lo todo com remédios.
Em certos instantes sinto algum arrependimento por minha decisão, afinal, sei que completaria a prova, mas não estou aqui para escrever um monte de desculpas, e sei, ou pelo menos imagino aonde ainda posso chegar.
Em relação aos atletas que estavam comigo, já admirava os ultramaratonistas antes, agora, virei um super fã. É impressionante a força de vontade e união desses caras que levam seus corpos ao limite e possuem uma mente altamente poderosa.
Agradeço á Deus, por mais esta oportunidade em minha vida, além de minha mãe que me acompanhou, minha esposa por todo o apoio, e á todos os meus amigos pela ajuda e mensagens de apoio.
UM ABRAÇO Á TODOS E FAÇAM BEM UNS AOS OUTROS.
 
 
 
 
 
 
 
 
 

domingo, 23 de junho de 2013

IRON MAN BRASIL 2013

Mais uma vez, pude realizar o sonho de completar um Iron Man. Agora um pouquinho mais experiente, pela segunda vez na vida completei os 3800m de natação, 180km de Bike e 42km de Corrida novamente na Ilha de Florianópolis.
Viajei um dia antes da prova, sem muitas expectativas afinal, meu principal objetivo do ano de 2013 já tinha sido alcançado, que era completar a ultramaratona Cruce de Los Andes, mas como já estava inscrito desde o ano passado, tive que me dedicar aos treinos para ao menos completar de forma melhor que no ano anterior.
Desde vez meu staff foi minha noiva, que cuidou de toda a logística, transporte de bike, etc, sendo assim, no sábado apenas retirei meu kit de prova e ao invés de fazer um treino leve, como quase todos os 2000 e poucos atletas estavam fazendo, resolvi passear e na hora do almoço mandei 2 pratos fundos de feijoada com churrasco.
 Continuamos curtindo o restante do dia, sem me estressar com o dia seguinte, afinal, havia treinado bem, e sabia que um dia antes não ia ajudar em nada, se bem que se tivesse comido um pouco menos acredito que as coisas seriam um pouco melhores para meu estomago. 
Na noite pré prova, não consegui dormir quase nada, afinal a adrenalina é gigantesca e por mais que você não queira, é impossível não ficar pensando na manhã seguinte.


Ao acordar ás 04:00 da manhã, tomei umas 5 xícaras de café como de costume e fomos até o local da transição para em breve ouvir o tiro de largada.
A manhã estava fria, mas a adrenalina acabava mascarando a sensação gelada, assim sendo, não via a hora de começar logo a brincadeira.
Após conferir todos os equipamentos, fui até a praia próximo ao local de largada e entrei no mar para um breve aquecimento, enquanto o sol nascia formando uma paisagem inexplicável. 
Naquele instante, nadei uns 10 minutos e saí da água, para em seguida me despedir de minha noiva e entrar na área de largada ao lado de 2200 atletas, que com certeza,  assim como eu, estavam morrendo de ansiedade, não vendo a hora do canhão atirar e consequentemente por em prática o resultado de meses de treinos durante noites, madrugadas, sol e chuva.
Como não tenho uma boa natação fiquei um pouco afastado do pessoal e quando foi dada a largada nadei de forma tranquila, enquanto os mais experientes saiam em disparada mar adentro.
Como de costume, levei socos, cotoveladas e chutes na cara, afinal a concentração de atletas é imensa, mas independente disto é chato saber que existem muitos caras mal intencionados que insistem em prejudicar os outros, como se o simples fato de atrapalhar alguém na água, irá fazer diferença no resultado final da prova.
Chateações á parte, continuei minha natação e após cruzar a primeira boia que demorou á chegar, conseguir nadar tranquilamente em um ritmo até melhor do que estava esperando e puder fechar a primeira fase da natação em 28 minutos, feliz da vida, e sedento de vontade de sair logo daquele marzão e finalmente subir no meu brinquedo predileto.
Na segunda parte da natação, continuei nadando bem, e mais uma vez me surpreendi ao cruzar a boia, afinal vi três caras parados discutindo em meio á prova, simplesmente um absurdo. Como não tenho nada a ver com as atitudes dos outros, continuei nadando de forma convincente, para os meus padrões é claro, e surpreendentemente fechei a natação em 01:02:00, tempo que nunca achei que iria fazer, afinal treino em uma piscina de 18 metros 2 vezes por semana.
Após uma rápida transição, achei que iria fazer uma excelente prova, mas para meu azar, foi aí que meus problemas começaram.
Ao montar minha bike no hotel, esqueci de apertar os dois parafusos da mesa, e quando saí com a bike na primeira curva, o guidão solto virou, e precisava urgente de um kit de chave allen para apertar o mesmo.
Desesperado, fui pedalando vagarosamente, gritando á todos que assistiam se alguém tinha uma chave para emprestar, e para meu azar, consegui somente uns dez minutos depois de tanta insistência. 
Dois caras que estavam assistindo a prova me emprestaram as chaves (não os conheço, e nem sequer sei os seus nomes, mas agradeço imensamente a ajuda) e após uns dois minutos consegui ajustar a mesa e comecei o ciclismo, tentando correr atrás do precioso tempo perdido.
Pedalei forte, graças aos treinos com o Zé Ciclista e consegui manter uma média de 35km/h o tempo todo, mas para meu azar novamente, ao completar a metade da prova, quando entramos no centro da cidade, nas ruas de paralelepípedo, o chacoalhar da bike fez com que o suporte dos cilindros de CO2 fossem se soltando e quando estava na estrada a 40km/h, eles se soltaram de vez e entraram na roda traseira da bike, travando a mesma, fazendo com que eu me espatifasse no chão.
Quando estava caído, recebi a ajuda de umas 6 pessoas que estavam próximas, mas independente dos ralados no joelho e ombro, e a forte batida do peito na bike, eu estava desesperado para continuar a prova, mas para meu azar novamente a bike estava quebrada.
Desesperado, procurava o problema mas não achava, enquanto um rapaz dizia que um mecânico da prova estava próximo, assim sendo, esperei por alguns minutos e nada de ajuda, até o momento em que achei o problema, e tive que soltar a roda para tirar a peça que estava presa na mesma.
Após uns 10 minutos consegui sair com a bike, mas não fui muito longe, afinal devido á batida da queda o freio dianteiro estava pegando na roda, ou seja, parei a bike novamente para arrumar a mesma outra vez.
Era desesperador ver tantos atletas me passando, enquanto o azarado parava mais uma vez para consertar a bike.
Arrumada a magrela, saí em disparada para continuar a prova e terminar ao menos com dignidade, mas independente de conseguir encaixar um pedal forte, o medo nas descidas era grande após o tombo, mas mesmo assim consegui fechar os '80km de ciclismo em 05:16:18 com uma velocidade média de 34km/h.
Já na corrida, enquanto a maioria dos atletas temem o sofrimento da maratona que vem pela frente, eu sabia que seria o inicio da minha diversão, então independente das dores, comecei correndo bem.
Como de costume, não consegui ingerir comida e gel durante a corrida, e tomei poucos goles de água, mas consegui seguir em frente até o décimo quilômetro, e foi aí que mais problemas começaram.
Comecei a sentir uma estranha dor no tórax, sensação nunca sentida antes, afinal, uma sensação de vazio interno impediam o ciclo normal da minha respiração e a sensação de sufocamento me acompanhou por mais 32 quilômetros de prova.
Não consegui correr a maratona como de costume, mas segui em frente sem parar, exceto na cruel subida das canasvieiras, local onde dei uma caminhada básica, assim como  a grande maioria dos atletas.
Seguindo em frente, continuei correndo bastante incomodado, e morrendo de fome, mas minha meta não era somente a de terminar a prova logo, mas sim de me acabar de comer pizzas, bolos, sorvetes e tudo o que me oferecessem na linha de chegada. 
No quilometro 40, não aguentei, e acabei parando para comer um bolo de laranja com coca cola, que bolo maravilhoso era aquele, e após a degustação, segui em frente para fechar a maratona em 03:51:55, muito acima do que esperava e terminar meu segundo Iron Man em 10:18:24.
Independente dos problemas, terminei a prova feliz da vida, afinal sei que fecharia a mesma tranquilamente abaixo de 10 horas, mas me sinto satisfeito pelo fato de ser meu segundo Iron Man e principalmente por trabalhar das 07 horas da manhã até as 18:00 todos os dias e ainda conseguir um tempinho para me dedicar aos treinos.
Agradeço mais uma vez primeiramente á Deus e também á minha mãe, minha noiva, meu irmão, e á todos os meus amigos que me apoiam sempre.
Me sinto super honrado, pelo simples fato de poder acordar á cada dia com saúde, e poder fazer o que gosto tanto, e espero que Deus continue me iluminando com saúde, para que possa aproveitar á vida a cada minuto que passa.
Ano que vem, não fareia o Iron Man, pois tentarei realizar um sonho muito maior que é o de participar da Ultramaratona Des Sables no Marrocos em meio ao deserto do Saara, encarando 250 quilômetros de corrida, com 50 graus na cabeça durante o dia e 0 graus á noite com inúmeras tempestades de areia, acampado em 6 dias de sofrimento, mas recheado de muita diversão e uma aventura inexplicável.
Obrigado á todos mais uma vez e façam o bem uns aos outros.







domingo, 2 de junho de 2013

CORRIDA DAS TORRES 2013

No dia 04 de Maio de 2013, realizei minha última diversão antes do tão falado Iron Man Brasil. Digo diversão, pois por incrível que pareça, acabo me divertindo muito mais do que o próprio Iron Man em si, afinal, lá não tem montanhas para escalar, riachos e cachoeiras para atravessar, uma mata espetacular te engolindo por completo e o mais bacana de todos, os cachorros correndo atrás de você, deixando assim a aventura completa.
 Ás 14:00 horas, e com um calor intenso, acredito que uns 34 graus fácil, foi dada a largada, e como de costume saí numa boa e comecei á ser ultrapassado por vários atletas, mas como já conheço bem o percurso, sabia que em breve a história mudaria, principalmente com aquele sol escaldante castigando á todos os que lá estavam.
No segundo quilômetro de prova, já no estradão de terra, margeando a mata e os sítios locais, as primeiras subidas começavam a aparecer timidamente e junto com o ar seco e a alta temperatura, sabia que as coisas iam ficar bem difíceis mata adentro. 
Já no quarto quilômetro, os single tracks e as subidas de fato começaram, e como nos dois anos anteriores, comecei á passar alguns apressadinhos desavisados que insistiram em socar a bota na largada.
Muitas eram as subidas, e com a mata um pouco fechada em certos trechos, ganhei vários cortes e hematomas nas pernas e joelhos, mas á medida que a prova ia passando a diversão ia aumentando. 
 Na altura do oitavo quilômetro, uma falta de sinalização fez com que quatro atletas, incluindo eu, nos perdessemos, perdendo assim algumas posições, mas o prejuízo chegou á uns 2 minutos no máximo.
A última subida da torre, judiou bastante, e como de costume, subimos engatinhando enquanto que as panturrilhas explodiam de dor, mas após esta subida, as decidas vieram, e nós que estávamos no pelotão da frente forçamos em um ritmo forte.
 De volta aos sítios, este ano os cachorros timidamente dispararam alguns latidos, ameaçaram um ataque, mas de fato não o fizeram. Acredito que o calor era tão grande que aqueles pobres animais, que lá estavam apenas defendendo seu território,   onde várias pessoas malucas correndo estavam invadindo, não tiveram forças para intimidar nós atletas, mas confesso que desta forma foi bem melhor.


Faltando 2 quilômetros enquanto corria forte ao lado de outro atleta, disputando a posição acirradamente passo a passo, um rapaz de bicicleta passou e disse que estávamos em quinto logar no geral, e isso me motivou a forçar ainda mais, mas para meu azar, o parceiro ao lado pensou da mesma forma, sendo assim, continuamos forçando pau a pau na disputa pela quinta colocação geral.
Com tinha uma grande prova pela frente sabia que era besteira, me matar, e correr o risco de uma contusão, jogando assim dezenas de treinamentos pelos ares, mas como diz o nome, estamos em uma prova de corrida, e a adrenalina naquele momento com certeza fala mais alto. 
No último quilometro, baixei um pouco o ritmo, pois sabia que meu parceiro também estava cansado, e ao perceber que ele me acompanhou, esperei trezentos metros, assim sendo, nos setecentos metros finais, forcei o máximo que pude, e para minha sorte o atleta ao lado não acompanhou o ritmo.
No final fechei a prova em 01:06:37 na 5. colocação geral entre 174 atletas e 2. colocação na categoria entre 22 atletas.
Mais uma vez, a Corrida das Torres em Bertioga, proporcionou 12 quilômetros de muita diversão, calor, e um envolvimento inexplicável com a natureza.
Façam o bem uns aos outros.



quinta-feira, 11 de abril de 2013

COPA PAULISTA DE CORRIDAS DE MONTANHA - ETAPA PARANAPIACABA

No último dia 30, pude sentir mais uma vez a emoção de participar de uma prova de trail run.....e que prova.
Digna de filmes de indiana jones, a etapa de Paranapiacaba da Copa Paulista de Corridas de Montanha, foi puro desafio, adrenalina e diversão.
Como venho me preparando para o Iron Man Brasil mês que vem, fiz a prova com o intuito de sair um pouco da "bitolagem" que são os treinos para o Iron, e fazer o que mais gosto que é me divertir perdido na natureza.
Antes da largada, a organização da prova informou que a prova longa mudaria de 12 km para 14 km, ou seja, 2 km á mais de diversão, e isso por si só já vale a viagem.
Ás 15:00 horas, em um calor brabo, foi dada a largada, e de imediato já entramos no estradão de terra e no km 2 entramos em um rio e posso dizer que não me divertia tanto desde o Cruce de Los Andes no Chile.
Percorremos 800m rio adentro, caindo na água, dando caneladas em pedras e troncos, se enroscando em árvores, e lamentando por ser apenas 800 metros e não muito mais.
Após o rio, as coisas começaram a se complicar, e as fortes subidas vieram pra valer, deixando as panturrilhas ardendo á beça.
Já nas descidas, o terreno era lama pura, devido á fortes chuvas no decorrer da semana, mas o mais complicado eram as imensas fissuras e erosões no solo, deixando o percurso bastante técnico.
No final, corremos uns 3 km em descida no estradão, e quando imprimi um ritmo legal, o gel de carboidrato não caiu bem, e o estomago estava dando sinal de alerta, mas após uns três minutos as coisas melhoraram um pouquinho, e assim consegui passar mais alguns atletas no final, fechando a prova em 01:19:10, conquistando a 6. colocação na categoria e 15. colocação geral entre 244 atletas.
Agora é fazer logo o Iron Man, mas com a cabeça na Jungle Marathon em Outubro, dentro da Selva Amazônica, se tudo der certo será o maior desafio da minha vida e a aventura mais insana também.
Que venham aranhas, cobras, jacarés e tudo o mais.
Façam o bem uns aos outros.





sexta-feira, 15 de março de 2013

COPA PAULISTA DE CORRIDAS DE MONTANHA - 2. ETAPA MOGI DAS CRUZES


Ainda me sentindo um verdadeiro bagaço do Cruce de Los Andes, e iniciando os treinos para o Iron Man Brasil “já” em Maio, resolvi voltar logo para a diversão e me inscrevi para a segunda etapa da Copa Paulista de Corridas de Montanha, prova realizada no famoso Pico do Urubu em Mogi das Cruzes.

Estava um pouco preocupado, afinal seriam 12 quilômetros com uma subida monstruosa pela frente, e sentia o cansaço acumulado da prova nos Andes. Quando fiz um aquecimento antes da prova, me sentia totalmente travado, mas sabia que no momento que soasse aquela famosa buzina indicando a largada, seria pernas pra que te quero, e que se lasque o cansaço e dor.

Como já conheço todo o percurso, sabia exatamente o que fazer, para pelo menos completar a prova bem.

O primeiro quilômetro em descida, fui tranqüilo, enquanto muito atletas me passavam, literalmente descendo a bota, mas eu sabia que o preço a ser pago na subida seria alto.

Ao chegar no temível pico do urubu, todo mundo subia quase que engatinhando bufando desesperadamente, á procura de uma quantidade de ar maior que á suportada por seus pulmões.

Eu também estava mal, mas conseguia seguir no ritmo da galera, e sabia que após a subida existiam inúmeras descidas técnicas, e com certeza tiraria proveito disto.

Já no topo, pude avistar aquela vista MARAVILHOSA da cidade de Mogi das Cruzes, e como de costume, agradeci á Deus, por aquela oportunidade única e á partir daí literalmente “desci a bota” naquelas descidas por entre a mata fechada.

Como disse anteriormente, já conhecia o local, e forcei bastante, ultrapassando vários atletas que seguravam um pouco o ritmo, afinal, o risco de um belo tombo e possível lesão era grande.

No último quilômetro encaramos uma subida forte novamente e quando olhei para trás, uns cinco atletas vinham em minha cola, mas assim como eu, todos estavam bem estragados e consegui manter minha posição.

No final fechei a prova em 01:22:39 na terceira colocação na categoria, entre 15 atletas, totalmente acabado, mas a diversão por estar naquela natureza tão linda vale muito mais do que qualquer sofrimento ou dor.

Agora que venha o Iron Man novamente, afinal, tenho 16 horas para cruzar a linha de chegada.

Façam o bem uns aos outros.

Bons Treinos.

 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

EL CRUCE COLUMBIA 2013

Nos dias 08, 09 e 10 de fevereiro participei da prova mais dura, insana, dolorosa mas acima de tudo mais deliciosa prova da minha vida.
Em algum lugar na imensidão da Cordilheira dos Andes, a Ultramaratona Cruce de Los Andes, ultramaratona de Montanhas que consiste em aproximadamente 102 km em 3 dias de puro sofrimento, superação e inspiração á vida.
Após correr 71km em Canela, achei que estava preparado para ao menos sobreviver aos perrengues que encontraria nos Andes chilenos e argentinos.
  1. Dia (29 km)
Ás 7:30 da manhã, eu e meus 2 parceiros Carlos e Toni pegamos o translado até os arredores do vulcão Villarica na linda cidade de Pucón para em seguida darmos a largada do primeiro dia de prova.
Como o ônibus parou á 2 quilômetros da largadas, caminhamos em uma subida íngreme, e mesmo antes de começar a prova, já pude sentir a falta de ar. Imediatamente pensei se estaria apto á realizar o grande desafio, mas ao pensar mais um pouquinho, desencanei de vez, afinal eu sabia que estava lá com o intuito único e exclusivo de me divertir acima de tudo, então caminhei até o pórtico de largada e não via a hora de começar logo a brincadeira.
Dada a largada, logo de ínicio pegamos muito trânsito durante os longos single tracks, o qual muitos atletas caminhavam, dificultando a ultrapassagem e consequentemente um ritmo legal de prova.
Durante os 8 primeiros quilômetros o ritmo foi bem lento, mas á partir daí o pessoal começou á se separar, mas para nosso azar o sol deu o ar da graça, e sem dó nem piedade, resolveu esquentar cada vez mais, o que venho á dificultar cada vez mais, principalmente pelo fato de carregarmos o tempo todo uma mochila nas costas, contendo reservatório de água, comida, kit primeiros socorros, etc.
Talvez o fato de nunca ter corrido com uma mochila, nem ao menos em treinos, tenha vindo á me desgastar bastante, mas á partir do momento em que adentrava em florestas de beleza inigualável, além de riachos que mais lembravam pinturas em quadros, a fadiga   foi por água abaixo e pude curtir cada instante daquele desafio maravilhoso.
Após 03:50:53 fechei os 29 km, literalmente torrando de calor, e quando entrei no microônibus para chegar até o acampamento, apaguei por alguns instantes, mas o banho gelado no rio junto ao acampamento foi o bastante para me reanimar e seguir rumo ao almoço.
 
 
Dia 2 (41 km)
Ao acordar ás 5:00 da manhã, sentia dores em cada milímetro do meu corpo e o primeiro pensamento que venho em minha mente foi “eu não vou agüentar” uma maratona cheia de pirambeira pela frente.
Tomei meu café, e após o translado larguei ao lado do meu amigo Carlos, me esforçando para evitar a cara de sofrimento, mas para meu consolo, para todo mundo que olhava, o sentimento era o mesmo.
Caminhamos por uma longa subida, e após uns 15 minutos, as dores sumiram por um instante, assim sendo, resolvi imprimir um ritmo legal, principalmente nas retas e descidas. Já nas subidas, como não tinha bastões de caminhada (item essencial para este tipo de prova), peguei 2 pedaços de bambu e consegui caminhar da maneira mais rápida possível nas subidas, sempre com o coração quase saindo pela boca.
Corremos por muitas florestas até chegarmos aos arredores do vulcão Quentrupillán, onde corríamos por uma imensidão tão vasta que parecíamos pequeninos seres insignificantes naquele local simplesmente inexplicável, tamanha a beleza cada vez mais inacreditável do local.
Após pegarmos uma subida absurda, no qual víamos no inicio alguns atletas lá no topo, mais parecendo formiguinhas, devido á imensa altura do local, comecei á descer de forma consistente e não acreditei ao ver um vale magnífico ao meu lado direito, parecido com um fiorde neozelandês, e neste instante agradeci á Deus, por ser uma pessoa tão abençoada, apenas pelo simples fato de ter a oportunidade de poder estar ali.
Sentimentos á parte, continuei minha prova e por volta do km 27 entrei em uma linda floresta e conheci um grande amigo argentino chamado Javier, que passou á ser meu parceiro de prova até o fim.
No km 30, um simples descuido fez com que Javier levasse um enorme tombo entre as pedras. Quando olhei para traz, vi o Argentino estirado entre as pedras, e após ajudá-lo a levantar, vias de sangue desciam por seus joelhos, ensangüentando suas canelas de forma assustadora.
Aquele parecia ser o fim da jornada para Javier, mas para meu espanto ele como se numa inexplicável possessão, começou a gritar: Vamos Bruno, Vamos Bruno.
Naquele instante puder comprovar que independente de qualquer rincha existente entre nossos hermanos, uma coisa era certa: os caras tem uma raça assustadora.
Corremos em um ritmo firme um puxando o outro até o km 38, quando Javier sentiu um pouco as dores causadas pelos hematomas no joelho, mas com muita conversa e até certos instantes alguns gritos de incentivo, consegui incentivar o Argentino até o final da etapa, o qual fechamos em boas 05:38:53.
Cheguei completamente estragado no final, e ao olhas para Javier via ele no mesmo estado, todo sujo e cheio de sangue, e cheguei á conclusão, que conseguimos vencer mais uma guerra.
Com o tempo esfriando, cheguei no acampamento dois e tomei um banho em uma corredeira hiper gelada, e após um almoço de leão, entrei na barraca e dormi.
 
Dia 3 (28 km)
Mais uma vez acordei mal, devido ao imenso desgaste dos dias anteriores e tembém pelo fato de dormir na barraca de camping em um incorfortavel saco de dormir.
Desta vez, tinha plena convicção que seria impossível, correr mais um dia, afinal, as dores eram incontáveis pelo corpo todo.
Após o café, pegamos o ônibus até a largada, e ao chegarmos no local por volta das 6:30 uma imensa fogueira esquentava os atletas do frio intenso que se fazia presente.
Por volta das 06:50, larguei ao lado de meu parceiro Carlos e de meu outro parceiro Elder, e começamos de forma vagarosa, afinal as pernas estavam estragadas por completo.
Por incrível que pareça, após uns 15 minutos o corpo esquentou e começamos á correr melhor, onde mais uma vez, encaramos algumas florestas recheadas de subidas íngremes.
Ao lado do Élder, imprimimos um ritmo bacana, e começamos á passar alguns atletas, mas durante ás inúmeras subidas nos distanciamos um pouco.
O clima começou á piorar, e próximo ao vulcão Lanín, a temperatura baixou de vez, sendo que alguns atletas disseram sentir sensação aproximada de 0 graus.
Como o frio estava apertando, e sabia que este era o último dia, comecei á forçar o ritmo e fazer minha melhor etapa entre as três, ultrapassando muitos atletas durante o percurso bastante técnico, repleto de subidas, pedras e outros obstáculos.
Em seguida, entramos em uma floresta com uns 6 km de descida, então pude correr forte e confesso que me diverti pacas, afinal, não aquentava mais intermináveis subidas durante os 3 dias.
Por volta do km 26 chegamos á divisa com a Argentina, e no meio da prova, retiramos nosso passaporte para receberem o carimbo e em seguida entrarmos no país vizinho.
No momento em que entrei na Argentina, tive uma surpresa, afinal ouvi um grito do meu nome, e quando olhei para o lado, era o Javier, o Argentino maluco imprimindo um ritmo forte e gritando o tempo todo para eu acompanhá-lo. Por alguns minutos consegui acompanhar o cara, mas ele estava muito forte e fui ficando, e isso foi motivo para levar uns 3 sermões do cara, mas no terceiro disse para ele que não agüentava mais, e que o encontraria na chegada.
No final fechei o último dia em 03:19:11, feliz da vida, não só por completar a prova, como por fechar um dia tão bem e como conseqüência fechar a prova em 12:48:57 na 70. colocação, dentre os 767 atletas que completaram a prova na categoria solo.
Recebi um abraço do Javier, e o parabenizei pela sua raça fora do comum.
Agradeço á Deus pela experiência MARAVILHOSA, que tive durante estes três dias, e parabenizo á todos os guerreiros que participaram desta aventura inexplicável, principalmente os amigos que fiz: Toni (Conservanti), Carlos, Amanda, Elder, Javier, Saulo, Tramontina, Rosália, Fê, Erica, os kras do Bope e muitos outros que peço desculpas por não lembrar o nome agora. Um abraço galera, e espero velos em uma nova aventura em breve.
Agradeço principalmente minha Mãe, minha Noiva Daiane, meus amigos e minha treinadora Cris Carvalho.
Em maio tem o Iron Man, mas com o pensamento na Jungle Marathon na Floresta Amazônica em Outubro (será que dá?)
Façam o bem uns aos outros.
Bons treinos.