Estava um pouco preocupado, afinal seriam 12 quilômetros com
uma subida monstruosa pela frente, e sentia o cansaço acumulado da prova nos
Andes. Quando fiz um aquecimento antes da prova, me sentia totalmente travado,
mas sabia que no momento que soasse aquela famosa buzina indicando a largada,
seria pernas pra que te quero, e que se lasque o cansaço e dor.
Como já conheço todo o percurso, sabia exatamente o que
fazer, para pelo menos completar a prova bem.
O primeiro quilômetro em descida, fui tranqüilo, enquanto
muito atletas me passavam, literalmente descendo a bota, mas eu sabia que o
preço a ser pago na subida seria alto.
Ao chegar no temível pico do urubu, todo mundo subia quase
que engatinhando bufando desesperadamente, á procura de uma quantidade de ar
maior que á suportada por seus pulmões.
Já no topo, pude avistar aquela vista MARAVILHOSA da cidade
de Mogi das Cruzes, e como de costume, agradeci á Deus, por aquela oportunidade
única e á partir daí literalmente “desci a bota” naquelas descidas por entre a
mata fechada.
Como disse anteriormente, já conhecia o local, e forcei
bastante, ultrapassando vários atletas que seguravam um pouco o ritmo, afinal,
o risco de um belo tombo e possível lesão era grande.
No último quilômetro encaramos uma subida forte novamente e
quando olhei para trás, uns cinco atletas vinham em minha cola, mas assim como
eu, todos estavam bem estragados e consegui manter minha posição.
No final fechei a prova em 01:22:39 na terceira colocação na
categoria, entre 15 atletas, totalmente acabado, mas a diversão por estar
naquela natureza tão linda vale muito mais do que qualquer sofrimento ou dor.
Agora que venha o Iron Man novamente, afinal, tenho 16 horas
para cruzar a linha de chegada.
Façam o bem uns aos outros.
Bons Treinos.